27 novembro 2010

Uso da camisinha


Pedi a opinião do meu professor do curso sobre a polêmica do uso da camisinha, após declarações do Papa Bento XVI em um livro de entrevista e publico abaixo a resposta dele:

É sempre bom pesquisar antes em um órgão de notícias da Igreja pois outras fontes costumam distorcer este tipo de notícia. Neste caso, recomendo acessar Zenit.

Acho que o que tem causado mais alarde na imprensa é a questão da camisinha e não a da homossexualidade. Então, sobre camisinha, simplesmente a Igreja continua com o ensino tradicional do seu Magistério, embora não pareça.

A doutrina da Igreja permanece clara: as relações sexuais entre 2 pessoas devem ser vividas somente dentro do casamento. Fora dele, não estão de acordo com o plano de Deus. Ora, dentro do contexto do sexo dentro da fidelidade de um casamento, qual a necessidade da camisinha? Nenhuma. Portanto, poderíamos dizer que a Igreja é contra a camisinha no sentido que seu uso se dá nas situações de pecado.

Logo, como seu uso estaria ligado a estas situações, um pronunciamento a seu favor de forma genérica (que não é o caso) simplesmente traria a confusão, ou seja, que os comportamentos que a acompanham também seriam legítimos. Ou seja, a camisinha poderia ser usada como um pretexto para os comportamentos reprováveis, já que daria proteção (que também não é tão alta assim...).

Mas observemos o seguinte: o Papa falou de um caso específico - os garotos de programa ou, por extensão, as prostitutas. Estes já tomaram sua decisão de não seguir os ensinamentos da castidade. Não é o uso ou não da camisinha que os farão parar com seu comportamento.
É como se disséssemos: "Não prossigam neste caminho pois não são esses os planos de Deus a respeito dos seres humanos, da família, etc. Entretanto, se sua decisão é irrevogável, então protejam-se e evitem se contaminar ou contaminar os semelhantes usando a camisinha e reduzindo as chances de contágio."

Entendeu a diferença? Eles já decidiram não agir de acordo com os ensinamentos de Jesus transmitidos pela Igreja, então porque não evitar um mal maior?
Eu faço uma comparação exagerada para perceber a sutileza da questão (como toda comparação, não é totalmente igual - apresenta apenas algum aspecto comum para esclarecer): Digamos que uma pessoa muito querida tenha tomado a irrevogável decisão de matar alguém e nada o remova dessa decisão. Suponhamos que não há como impedi-la. Diríamos então para que ela fosse sem colete a prova de balas, já que o uso do colete só é permitido por policiais a serviço da população ou por inocentes sob proteção da justiça? Espero que o exemplo tenha ajudado e não prejudicado.

Causou este rebuliço todo porque creio que nenhum Papa tenha entrado em detalhes como esse até hoje, mas o ensinamento continua o mesmo.
Não é por isso que podemos dizer que governos que distribuem camisinha simplesmente estejam corretos, porque neste caso, há um incentivo às relações sexuais abertas, desde que sejam seguras. Não é o caso das prostitutas e garotos de programa que já tem sua decisão tomada, independente de camisinha ou não.

Portanto, pra mim não mudou nada no ensinamento e sua aplicação. Entretanto, é claro que parte da imprensa vai jogar com isso para dizer que a Igreja está revendo seus ensinamentos e tentar generalizar para outros casos.

(Escrito por Antônio José, por email)
TEXTO TIRADO DO BLOG:
http://semeandocatequese.blogspot.com/2010/11/uso-da-camisinha.html